segunda-feira, 29 de junho de 2009

Honduras

Militares golpistas cortam sinal de rádios e TVs em Honduras Medida é criticada por entidades internacionais pró-liberdade de expressão.Presidente do país, Manuel Zelaya, foi deposto e expulso no domingo.
Estações de rádio e de TV de Honduras foram fechadas entre domingo e segunda-feira (29), depois do golpe militar do fim de semana, que derrubou o presidente Manuel Zelaya. Entidades internacionais de defesa da liberdade de imprensa condenaram a medida. Pouco depois de militares hondurenhos terem detido o presidente Zelaya e o obrigado a partir para a Costa Rica no domingo, soldados invadiram uma popular estação de rádio e fecharam as redes internacionais de TV CNN em Espanhol e Telesur, emissora venezuelana que tem o patrocínio de governos esquerdistas da América Um canal pró-governo também foi fechado. As poucas emissoras de rádio e TV operando colocaram no ar nesta segunda-feira música, novelas e programas de culinária. Elas quase não se referiram a manifestações ou condenações internacionais ao golpe, apesar de centenas de pessoas protestarem em frente do palácio presidencial, na capital, para exigir o retorno de Zelaya e o fim do blecaute imposto à mídia. "Este governo espúrio está violando nosso direito à informação ao bloquear os sinais de canais como a CNN", disse um dos líderes dos protestos, Juan Varaona, diante de uma barricada. Pneus em chamas lançavam grossas nuvens de fumaça no céu da cidade. Outros manifestantes xingavam os dois principais jornais hondurenhos e diziam que eles ainda continuam com suas edições online somente porque apoiaram o golpe. "'El Heraldo' e 'El Tribuno' são dois jornais que fazem parte do esquema golpista, como também alguns canais de TV controlados pela oposição ao governo", disse Erin Matute, de 27 anos, funcionário do setor estatal de saúde. "Esta manhã somente eles tinham sinal. Os outros estavam fechados", afirmou Matute, que estava numa barricada em uma rua da capital. Alguns manifestantes queimaram e esmagaram os estandes onde são colocados esses jornais e os usaram na montagem das barricadas para bloquear as ruas ao redor do palácio presidencial. A entidade Repórteres Sem Fronteiras, ONG com sede em Paris, atuante na defesa da liberdade de imprensa, condenou o cerceamento à mídia. "A suspensão ou fechamento de órgãos de mídia local ou internacional indica que os líderes do golpe querem esconder o que está acontecendo", afirmou o grupo em um comunicado. "A Organização dos Estados Americanos e a comunidade internacional têm de insistir que seja levantado o blecaute de notícias", diz o texto. O golpe militar - desencadeado por uma disputa sobre a iniciativa de Zelaya de tentar aprovar a reeleição presidencial no país - é a maior crise política na América Central nos últimos anos. Rapaz...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Será?

Pra homenagear o Peter Pan das américas, eternizemos o mesmo como ele ficará eternizado na nossa mente: o paradigma de Thriller nunca será esquecido! Nunca! Revolucionou o que podemos chamar de vídeo clip e mais, assustou gerações....
Bom, a notícia de que o Michael Jackson morreu me pegou de surpresa. Sempre achei que pessoas como ele, a Dercy Gonçalves e o Elvis não morressem nunca. Pois acho que foi isso que aconteceu. Na verdade o cara não morreu. Só quer um pouco de paz pra ser alguém normal. (como ser normal sendo Michael Jackson?) mas enfim, diz que o cara morreu. Com certeza irão vê-lo em vários lugares do mundo, tal qual o Elvis. Bem gordo, negro e cantando Soul. Ou num olodum na Bahia. Esses caras não morrem, só sucumbem. E também devemos ter a alegria de saber que mesmo se tiver morrido, ele volta no Thriller. Afinal, quem reinventou os Zumbis? e quem vai fazer aqueles passinhos? A gripe suína rolando solta, o Sarney imitando o Paulo Maluf e o Gugu deixando o SBT. E agora a morte de Michael Jackson.
Só falta a Madonna encontrar Jesus.
Ai! Já aconteceu.... Que mundo é esse, meu Deus? Que mundo....

terça-feira, 23 de junho de 2009

Celular

celular. - o quê? sério? e eu nem posso gritar, estou no trabalho. qdo soube disso? celular. - caracaaaaaaaaaaaaaaa! celular. - caramba, cara, to mto feliz por isso, mto. celular. - também! também! celular. - certo! celular. - sei, e o que tenho que fazer? celular. - sim, sim, isso já sei. celular. - entendo, mas, como assim? celular. - hã...e... celular. -ah, tá. e você está acreditando nisso? meu, que tudo! celular. -pois é. celular. - certo, certo... celular. - outro. celular. - ah, esqueci de uma coisa, é que... celular. - como você já sabe disso? caramba....rs celular. - está bem, combinado então. celular. - eu também tenho que ir. celular. - nos falamos.
celular.
- outro.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Para que servem os talheres?

enfim, um assunto relevante. sim, para um país como este que quase não tem problemas e fatos a discutir, vamos colocar em pauta o assunto do dia: a profissão (de merda) dos jornalistas. eu tentei não me ater ao fato, vamos colocar assim, de que isso, essa discussão já tinha ido longe demais, "ter ou não ter o diploma, eis a questão". mas que isso está me deixando mais puta ainda, está. e puta no sentido de "puta que pariu" que país é (ou foi) este em que vivemos? Tantas coisas para serem aprovadas, reprovadas, discutidas e os caras vêm me falar que qualquer um pode ser jornalista neste país de analfabetos? sim, analfabetos. e não no sentido oficial do termo, analfabetos funcionais, pessoas que não sabem pensar nem onde estão, que dirá escrever sobre. o pobre homem na rua não é mais um mendigo, é um jornalista, faz favor. sim, o açogueiro é um jornalista. o Papa, além de pop, é jornalista. Caraca, me diga, onde chegaremos com isso? Não, pra mim é indiscutível. Se vamos tomar como frente isso, que acolhemos agora as benzedeiras, sim, porque numa doença incurável, meu filho, tome um chá. não sabe onde dói? ah, não pague a consulta, pois como o salário mínimo de merda que ganha, mais os bolsa esmola não cobrem a dispesa médica, chame a benzedeira. ah, quer ser psicólogo? não precisa, meu filho. saiba ouvir e seja bonzinho, legal. vamos extinguir os cursos de letras, história, geografia e matemática. e também os cursos de arquitetura, que é só saber desenhar. agora o curso de Direito não. Esse jamais. se bem que pra ser advogado, magistrado ou o caralho a quatro, não é preciso mais do que decorar leis, não é mesmo? pra que curso? façamos assim: de hoje em diante estão extintas as universidades. acabou tudo. vamos todos ver BBB e ser famosos. isso sim conta. vamos fechar as portas das redações de jornais, ou melhor, abrir. soltar esses bichos chamados jornalistas que só nos dão trabalho, questionam a realidade e escancaram esse pseudo país em que vivemos. e os talheres pra que servem? pra ajudar a engolir essa realidade medíocre, esse pouco arroz com feijão, essa sopa rala chamada "democracia". é nessas horas que vejo claramente Deus olhando pra terra e dizendo: "por que fui dar o livre arbítrio pra esses ignorantes seres? Por quê?" manchetes de amanhã: "O PRESIDENTE JORNALISTA ACREDITA QUE NÃO É PRECISO DIPLOMA" "SENADOR JORNALISTA DIZ QUE A CRISE NO SENADO NÃO É CULPA DELE, É DOS JORNALSITAS COM DIPLOMA" "O MARAVILHOSO CHEF JORNALISTA DE COZINHA PREPARA RECEITAS NO MAIS VOCÊ" "A APRESENTADORA JORNALISTA LANÇA SEU NOVO DVD" "A EX-BBB JORNALISTA (blá blá blá - eles não têm nome) LANÇA SUA NOVA PLAYBOY" "O DEPUTADO JORNALISTA DIZ QUE É INOCENTE" "A JORNALISTA BRUNA SURFISTINHA LANÇA FILME" "A HISTÓRIA DO JORNALISTA RETIRANTE QUE DEIXOU O SERTÃO PARA TRÁS" é esperar pra ver.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Duelo

Duas senhoras no mercado. - Olá! Há quanto tempo! - Pois é! Como você está? - Estou bem, trabalhando muito pra variar. - Ah, estamos todos, aquela correria. - Pois é, e agora não tenho mais empregada. - Ah, é? O que aconteceu? - Estava muito mal educada. Despedi. Agora faço tudo. - Está trabalhando em casa mesmo? - Sim, eu prefiro. Fica tudo mais limpinho, meu marido gosta. E você? Está magra, linda... Voltando da academia é? - É, estou fazendo três vezes por semana. Ah, tem que fazer né? - Claro, o maridão tem que gostar! - É mesmo. Sabe que meu namorado gosta que faço academia, só não gosta que vá com roupas tão coladas, por isso estou com essa larguinha, pra não marcar né? - Ah, tem que ser. A gente tem que ficar bonita pra eles. - Ah tem. - Não sabia que você estava namorando... - É, namorido né? Na minha idade... Mas está bom, nos damos bem. Fazemos coisas juntos. - Que bom, porque o meu marido chega em casa, vai largando a roupa e deita no sofá. Depois à noite não quer fazer nada, nem sair pra caminhar, nada. - Ah, não acredito. - Pois é. - Meu namorido gosta. - Fico feliz, é bom ter alguém pra acompanhar né? - É mesmo. E os filhos? - Ah, estão bem. Casados, trabalhando. Só falta os netos. - Os netos! Vivo pedindo isso pro Fernando. "filhos, cadê meus netos?" mas eles não querem saber disso agora. - É, os meus também. E faz falta um netinho não é? - E como faz, nem me fala. - Bom, deixa eu ir, tenho que compra uma quiboa ainda, os banheiros estão imundos e o almoço está por fazer. - Eu também, vim comprar um mamão apenas, dieta né? Tenho horário hoje para arrumar o cabelo. O Osvaldo adora que eu fique loira, cabelos lisos.... tem que agradar né? senão, já viu... - É, sei como é. O Jurandir sempre me cobra pra eu fazer escova, mas e o tempo? Não me sobra. - Mas tem que sobrar, menina! Agradar o maridão. - E eu não sei. Nos dias de hoje, não dá pra confiar.... - Não dá mesmo, temos que fazer o nosso máximo. - Se temos. - Bom, deixa eu ir porque senão perco a hora. - Vai lá, querida, bom cabeleireiro pra você. - Pra você também, boa faxina. (-Só pode estar separada mesmo, quem ia aguentar estar com uma perua dessas? Marido, blá blá blá...) (- Limpando banheiro? Por Deus....)

CAMUS

Li "O Estrangeiro". Indicação de amigo.
Fazia que não tinha contato com esse tipo de literatura. Achei o livro muito bom, não é meu preferido, mas me fez pensar.
Nas ideias que Meursault nos insere a cada página. Não, ele não é um assassino, mas está sendo julgado pelo crime de não ter chorado no velório da mãe. Para ele, tudo é muito simples: pronto, acabou.
Aí sim, Meursault entra no contexto que discutimos esses dias: a gente se acostuma com as coisas, com os fatos, com a paixão ou a ausência de.
Não tinha parado para pensar nisso; como somos moldáveis ao tempo, às ideias, aos contextos aos espaços.
Quantas vezes estamos presos com nós mesmo? E nos acostumamos com isso. E quantas vezes estamos preso ao outro? Em um relacionamento, casamento, o que for e como nos acostumamos com isso!
Acostumamos com o bom rapidamente, e nos adaptamos ao que é ruim. Muitas vezes porque não temos coragem para mudar, para sermos senhores de nossas vontades.
"Todo o problema, ainda uma vez, estava em matar o tempo. Acabei por não me entediar mais, a partir do instante em que aprendi a recordar".
Então que percebi que a vida é tão maior que os nossos pequenos problemas, tão mais intensa. E sei que aproveitamos pouco ou quase nada disso. Culpa, minha máxima culpa. Sei que muitas vezes somos estrangeiros dentro de nós mesmo e nosso pensamento é mais exterior ainda, tão exterior que às vezes não temos tempo nem de pensar o que pensamos e de pronto, agimos.
Enlouquecidamente. E depois, ainda há o que se recordar.
Ainda bem.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O girassol

Já era tarde, quase noite. O frio já era sentido no ar. Ela se vestia com as roupas de sempre, mas dessa vez ousou e colocou também um cachecol rosa. Era um presente da avó e achava que ficava bom pra usa naquela ocasião. Saiu mais cedo do trabalho, passou na floricultura e comprou um girassol. Sabia que ele gostava. Ou que achava diferente. "como é que pode essas plantas se mexerem assim, em busca de Sol?" ele sempre dizia isso. Independente do número de vezes que via um girassol. Chegou ao apartamento ansiosa. Subiu as escadas lentamente, respirando fundo e tentando se acalmar. Procurou as chaves na bolsa. Abriu a porta e tudo estava em silêncio. A sala vazia, o armário com livros bagunçado do mesmo jeito. Foi até a cozinha e abriu a geladeira, como fazia de costume. O barulho foi quase ensurdecedor. Apenas uma voz que falou: silêncio, acho que ela chegou. Ficou estática. Não, não achou que era uma supresa, não tinha porque ser. Era aniversário dele e não dela. Fechou a porta da geladeira, apagou a luz, pegou o girassol e sentou na sala. Não podia pensar em mais nada. A porta ficou entreaberta de repente. Ele saiu e se olharam. Com dor. Ela pediu licença, entrou no quarto e lá estava ela. Parada, sob os lençóis com ar de vítima, cara de traição. Respirou fundo e pegou a mala embaixo da cama. - onde você vai? - ele perguntou. - mas por que você quer saber? - não saia, por favor... - com licença, preciso pegar essa blusa. - Melissa, fique, vamos conversar. - conversar? ah, sim. vamos. e aí? tudo bem? como está? pronto. conversei, agora tenho que ir. Ao abrir o armário viu o último bilhete que ele lhe dexara na noite anterior. "te amo". as lágrimas escorriam enquanto dobrava as roupas e as colocava na mala. - Melissa, pare com isso... - Léo, chega. Por favor, isso já está humilhante demais... Fechou a mala, abriu a porta e foi para a sala. A flor estava sobre o sofá. Olhou e pensou um pouco. Foi até lá, pegou o girassol e o colocou na estante de livros. Abriu a porta da sala e saiu. Desceu as escadas com uma dor de cabeça latenjante, com o coração em pedaços. Não tinha para onde ir. Sentou na praça em frente ao prédio e chorou. Como há tempos não chorava. Leonardo desceu o prédio e a viu. Ela não o enxergou. Melissa abriu a mala com o papel escrito "te amo". Grudou o papel no poste, levantou-se e saiu em direção ao centro da cidade. O dia ainda não amanhecera, mas era a sua hora de buscar um novo Sol.

Homem- Placa

Andando pela Paulista, coisas curiosas que só acontecem em Sampa. Entrei para ver um filme no Cine bombril e depois fui tomar um café. Atravessando a rua, vi um homem com uma placa com alguns dizeres e depois "me dê um beijo".
Curioso isso. Aqui ninguém tem dessas.
"Me dê um beijo". isso está realmente difícil... e ele lá, aberto, esperando algo acontecer.
Parei e fiquei observando. Ele percebeu, mas não disse nada. Então que chegou uma senhora, loira, já de certa idade e o abraçou. Sim, não dá pra rolar um beijaço sem um abraço antes. ou junto. hehe
e se beijaram como há muito tempo eu não via. e ficaram ali por alguns minutos, como velhos namorados, amantes, não sei. E no fim disseram um ao outro:
- que bom lhe conhecer!
- sim, eu também!
- apareça aqui mais vezes para um beijo!
- claro!
E se despediram e foram embora.
E eu fiquei pensando: "caramba, quem é esse cara?"
e então que saiu uma matéria no site:
"Ele ganha a vida fazendo propaganda na Paulista. Nos fins de semana, pede beijo e diverte quem anda por lá "
"A história da placa pedindo beijo surgiu do meu gosto pelo que faço. Fico de segunda a sexta com a placa da loja aqui e nos fins de semana venho com esse cartaz. Acho legal passar uma mensagem para melhorar a vida das pessoas e também alegrar o dia delas. E rende, viu? Tem moça que vem dar abraço, até selinho já ganhei. Quem vê pensa que sou louco. Não é loucura, não. Eu me divirto".
Rogério o nome do cidadão.

terça-feira, 9 de junho de 2009

João e Liniers

João - http://porjoao.blogspot.com/
li uma matéria de um menino, o joão, que faz tirinhas. o garoto é ótimo! tem uma melhor que a outra... e o rapaz tem só 13 anos... confiram o blog: http://porjoao.blogspot.com/
O trabalho do João tem muito do Liniers http://macanudoliniers.blogspot.com/ que é um dos destaques em HQ da Argentina atualmente.

Poesia, música e pensamento

Por questionar somos humanos. Sim, humanos.
Por amar somos também humanos. Mas talvez e principalmente, por fazer escolhas somos humanos. Escolhemos um caminho ou outro, uma fala ou outra, um momento ou outro. E por isso às vezes me pego um tanto quanto preocupada em pensar que algumas pessoas depositam a sua própria felicidade nas mãos de outro.
Isso não é humano, é desumano.
Ninguém é feliz porque "tem" o outro, mas sim porque "compartilha" com o outro momentos bons e ruins, porque ali cabe confiar algo. Isso sim é a felicidade. Saber compartilhar. Jogar para o outro o seu futuro, ou a necessidade de ser feliz é egoísmo.
Muitos relacionamentos hoje estão fadados ao fracasso justamente por não confiarem, por culparem o outro de suas tristezas, por acharem que o outro é sua "metade".
Metade do quê? Somos seres completos, dotados de sabedoria para buscarmos nossas alegrias e convivermos com tristezas e frustrações. Não existe metade, somos inteiros querendo somar.
E chega o dia dos namorados e fica uma ladainha besta nos meios de comunicação, nas propagandas, nas lojas. "Agrade sua alma gêmea". E geralmente é uma mulher, com lingerie se expondo para agradar. Ou um homem, de espécie perfeita, com flores na mão.
Um certo romantismo até que é bom, mas isso é exagero. Não existe ideal.
Dessa forma, acredito que apaixonar-se de verdade não é algo eterno. Sim, gostamos da pessoa, mas na verdade nos apaixonamos por momentos que passamos com ela e não por ela em si. O que gostamos é de estar com a pessoa que escolhemos. Veja bem, que escolhemos.
Os momentos é que são apaixonantes, as falas, as cenas. Do resto o que ocorre é a necessidade de compartilhar. Acasalar.
Não existe metade, existe complemento do que já é.
Diz Oswaldo Montenegro na música Quando a gente ama:
Me apaixonei por um olhar
Por um gesto de ternura
Mesmo sem palavra
Alguma pra falar
deveria ser isso então a mover a espécie humana. Mas acredito que ainda estamos fadados ao fracasso quando a questão principal, a comunicação ainda está ausente. Quando acredita-se que disse algo que não disse. Mas que o olhar deveria dizer.
E assim, as culpas, sentimento humano e não divino, aumentam junto às cobranças de atenção. Atenção a gente dá porque a gente quer dar e não porque o outro pede. Senão vira tarefa.
Relacionamento não é tarefa. é paciência.
Tem outra música do Oswaldo que se chama "Metade" que confirma que metade não é o outro, é a gente mesmo.
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso, mas a outra metade é um vulcão.
e que então esses pensamentos se transformem em vulcão, na ideia que mereço.
em um novo começo. e que os relacionamentos sejam maiores, somem uns aos outros.
pois só assim, nessa liberdade é que se constrói algo.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

considerações perdidas

Bom, enfim que Sidarta está me tirando o sono. rs. Pois é. Já podia ter acabado de ler o livro há algum tempo, mas tem algumas páginas que preciso ler e reler, aos poucos. Degustando. Ou melhor, engolindo a seco as palavras que dizem exatamente aquilo que deveríamos fazer. E agora me pergunto: pra que livros de auto-ajuda, hã? Desnecessário. Mas não quero falar de Sidarta agora. talvez que não seja o momento. Uma vez, ouvi um grande artista (Osvaldo Montenegro - sou fanzoca do cara) que nas apresentações, entre uma música e outra comentava assuntos que lhe vinham a cabeça e de repente dizia: bom, mas não era sobre isso que eu queria falar. E tem tanto assunto aqui. Tanto. Mas não era sobre isso que eu queria falar. Assisti Nostalgia de Tarkovski. Mas também não quero falar sobre isso agora. Mas talvez dizer que não sei como é que não tinha visto esse filme até agora. Como é que sobrevivi sem ver esse espetáculo? Putz. Domenico gritando: se juntem aos loucos. Enfim que todos nós buscamos por nós mesmos. Andrei também. Mas também não era sobre isso que queria falar. Comento esse filme depois que eu ruminar as ideias. Assisti apenas uma vez e não se fala de um filme desse sem ter visto pelo menos três vezes. vamos dar tempo ao tempo. Depois comento disso. Estou lendo Cartas à Mãe do Henfil. Ah, caramba. O que é isso? Se não um prazer inenarrável, também uma sacada genial de um cara que devia ser estampado na camiseta quando fôssemos a qualquer país. Olharíamos pros gringos e falaríamos: olha aqui, é do meu país, saca? Genial. Agora também me peguei a ler os Cemitério dos Mortos Vivos que ele criou. Sem chance de não refletir. E outra, se não podemos, matar e falar, que mordamos as pessoas. Sim, Henfil escrevia esculhambando quem quissesse. Afinal, parece que morder também pode ser considerado um ato de amor. Subversivo, mas quem vai impedir? Henfil mordeu um monte de gente.... Daí li uma entrevista do José Dirceu e me deu uma vontade imensa de dar uma mordida nele. E depois li uma matéria dizendo que o programa No limite vai voltar. E será no Ceará. Quero morder quem participa e produz uma coisa dessas! Por Deus e por El Rei (como diriam meus amigos). Daí me surgiu a ideia também de morder quem (des) cuida da cultura da minha cidade. E como diria Henfil: mordam mesmo. já que não dá pra fazer outra coisa.... Quando eu vi que o programa No Limite iria voltar, na matéria estava assim: "nova edição do programa No Limite" e eu li "maldição do programa No Limite". deve ser o hábito mesmo. Aí vi que estreiou "A fazenda" na Record. Valha-me Senhor! Me diga, hã? Quem se submete a isso? Quem não ganha está na "roça". hahahahha. Que improdutividade nessas terras. Tanta coisa boa e as pessoas aí, discutindo quem está com quem. Tanta ideia e "A Fazenda no ar". "No limite" voltando e o BBB já já abre as inscrições. Estamos na merda. Bom, estou precisando me reciclar mesmo. Assistir todas as peças de teatro que terão por aqui (teatro infantil, de bonecos. divino). Me perder em Sampa. Amanhã exibiremos "Cantando na Chuva" na faculdade. Disse pro pessoal que assim a gente pode ver o que é um musical de verdade e mandar "High School Musical"às favas. E mordam a Globo e a Record. E os livros de auto-ajuda. Acho que era disso que eu queria falar. Eu acho. Ando meio sem certeza das coisas. Mas sei que assistir Tarkovski me deixou melhor. Que Andrei no quarto enquanto chove é uma imagem primorosa.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Sidarta

Resolvi que ia ler Sidarta, de Herman Hesse. Algumas pessoas que leram disseram que realmente não dá pra passar por essa vida sem conhecer esse livro. Me arrisquei. Comecei a ler semana passada, mas não sabia que seria tão profundo assim, tão instigante. Algumas passagens me marcaram muito e acredito que isso traz novas e fortes referências para pensar esse mundo caótico, competitivo e algumas vezes desumano em que vivemos. Em busca de si mesmo, Sidarta encontra algo a mais, algo além. E sai desse vazio mundano em que vivemos, ou melhor, estamos presos. Nos ensina escutar, a pensar. A ter paciência.
"A ânsia de sabedoria é um desejo como qualquer outro. Enquanto busca, será sempre insaciável, como todas. Só quando deixa de ser ávido de saber, quando deixa de buscar é que se encontra a sabedoria..."
Buda: "acautela-se contra o excesso de conhecimento".
Kamala: que é que sabes fazer, Sidarta?
Sidarta: Sei pensar. Sei esperar. Sei jejuar.
Kamasvami leu o que Sidarta escreveu: "Escrever é bom. Pensar é melhor. A inteligência é boa. A paciência é melhor".
Então que a leitura continue. Talvez que leia umas três vezes esse livro.
Pra ver se a alma e o coração acalmam. Tudo que há de ser, é.