e então que depois do abraço da velha senhora, Vera Alice saiu mundo afora, num caminhar lento, mas constante.
em uma de suas passagens encontrou um passarinho ferido no chão. o pobrezinho estava ali, perdido, com a asa torta.
- você com a asa torta e eu com a alma....estamos bem, hein coleguinha...
Vera Alice o abraço e o colocou em sua bolsa. Procurou um bom lugar para sentar, pelo que me disse, era uma árvore daquelas grandes e fortes com um espaço entre as suas raízes que saltavam para fora da terra.
A menina se acomodou ali e começou a conversar com o passarinho. contou da vida, dos problemas e das soluções que achou que tinha para alguma coisa.
- é difícil conversar, passarinho. os homens não páram mais para prestar atenção.
e falou e falou. Na verdade, Vera Alice parecia estar angústiada com algo muito distante, que por mais que não pensasse, teimava em vir em seus pensamentos. Seriam devaneios?
- não, os devaneios sempre me trazem de volta para o chão. são angústias feridas e contidas mesmo - disse a menina.
e contou para o passarinho porque saiu de casa e foi tentar encontrar o mundo. ou andar para que o mundo a encontrasse.
e só o passarinho soube o motivo...mas ninguém.
e então ele cantou. e saiu voando longe...
Vera Alice estava sozinha de novo.