sábado, 20 de setembro de 2008

E então que eles foram.

Era um vez, ou foi uma vez, não sei ao certo, houve a história de uma menina que não sabia para onde ia e nem como iria chegar lá. E chegaria onde? E se chegasse, quando chegasse, ficaria parada no mesmo lugar ou tentaria novamente sair para encontrar o que procurava?
Não se sabia. E ela ia sem parar.
Foi quando encontrou aquela pessoa. Na sua frente, ele sorria lentamente, como num filme de romance, como num caminhar lento que só nas vezes mais raras acontece. E foi então que ela parou para perguntar para onde ir.
- Ei, devo continuar seguindo?
- Não sei. Se você for para o lado que quer ir, continue. Se não for, ou se não souber, páre, descanse um pouco e olhe a paisagem. Não tenha pressa. O mundo gira.
Quem era ele? Um frio percorreu lentamente sua espinha chegando até a nuca, naquelas sensações que a gente tem quando se apaixona ferozmente por alguém. E como era bom! A menina queria mais daquela sensação. Tentou puxar conversa, perguntar algo.
- E você? Está indo para algum lugar?
- Eu? Imagina....nem poderia. Estou preso aqui, nessa terra. Parece que não teria para onde ir. Dessa forma, eu não vou. Fico aqui a contemplar o que acontece.
- Mas você me parece tão sábio, tão cheio de vida e experiências...
- Mas isso não quer dizer que eu tenha saído daqui. Sabe, quando as coisas acontecem, elas podem te tomar por inteiro ou fazer você mudar de opinião num piscar de olhos. Sem ao menos você sair do lugar.
- E o que te prende aqui?
- Meus pensamentos?
- Não, não creio que seja isso. Acho que é o seu medo mesmo.
- Medo? Do quê?
- Não sei. De viver?
Foi então que ele parou e pensou. Pensou no que aquela menina falava para ele e o que ele procurava no mundo adentro. Teria algo mundo afora para descobrir?
Não sei. Acho que nem eles.
Então juntaram as meninas de seus olhos e num olhar profundo decidiram que ali seria o começo de algo. Talvez de uma parceria eterna em busca da vida que ainda haveria de existir dentro de ambos.
E foram buscar o que o mundo apresentava. Nas dores, nos amores, nos dissabores e nas alegrias. Nas alegorias que dali corriam firme.
E seus olhos deram-se as mãos. Mesmo sem se enxergarem verdadeiramente. Na alma, já sabiam o que procurar. Se não um sentido, pelo menos um caminho próximo a ele.

Nenhum comentário: