domingo, 28 de setembro de 2008

dos demônios e das divindades

"ao avistar, lá longe, que havia uma luz piscando muito, ela parou. se abaixou e pediu baixinho que fosse um sinal. na verdade, era que o dia estava já raiando e ainda restava muito a fazer".
Se todos tomassem conhecimento que o que nos habita é o que nos exorciza, teríamos um profundo saber que iria permear todo o nosso corpo, mente e principalmente a alma. Naqueles momentos menos sóbrios de lucidez, uma verdade inconstestável apareceria como um passe de mágica e pronto: saberíamos dali por onde seguir.
Mas nem sempre sabemos se devemos continuar seguindo, ou se seguimos o que restou de alguém ou de algo. Escreve-se para exorcizar os fantasmas, mandar embora as ameaças e finalmente, ver que o que vem é a luz divina do dia. Pura e sábia como um dia inteiro que ainda temos para pintar...
Os demônios não necessariamente são os que nos atormentam, mas sim aqueles que nós mesmos atormentamos ao não nos reconhecer enquanto seres humanos, passíveis dos sentimentos mais mequinhos e sórdidos de que se tem notícia.
"ei menina, pode sentir raiva sim. pode sentir ódio também e vontade de matar".
"isso em qualquer momento?"
"sim. não tem hora para vir. sinta-se humana. demasiada humana, como diria nietzsche".
ufa. divino isso.

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