quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A amiga

- você sabe o que aconteceu? - não sei, daqui também eu não consigo ver o que aconteceu com ela. - será que todo dia vai ser assim? - pois é, ela faz falta né? - nem me fala.... [....] - voltou! voltou! ela voltou! e num sorriso largo e feliz, quase com lágrimas nos olhos, sorriu para a tela, reiniciou o computador e apertou o ícone da internet. Ela estava de volta. - Como eu conseguia trabalhar sem ela antes? como? Isso eu não sei, só sei que estamos ficando doentes.

Café em Sampa

domingo, 25 de outubro de 2009

o livro da Carol

Bem, terminei hoje de ler "sinuca embaixo d'agua" da Carol Bensimon.
caraca.
a primeira vez que li sobre o livro da carol foi no site dela http://www.carolbensimon.com/ o serginho que me passou. e de cara o interesse foi grande pelo livro. fora que ainda quero ler "pó de parede".
mas enfim. tentei falar com o carol por email pra divulgar o livro no jornal. e agora converso com ela às vezes no twitter. e é bom falar com ela assim tb.
o livro me passou um contexto maravilhoso de vida e de morte. fora a questão da narrativa fantástica, da forma de construir os diálogos dentro do texto e do mais maravilhoso capítulo "Lucas" que vê a morte da Antônia da janela de casa.
foi a coisa mais bacana que já li. a carol conseguiu transformar uma cena, com passagens de ida e volta entre o bernardo e o camilo, na história do pequeno lucas, que nunca tinha visto a Antônia, mas que viu o carro batido na ladeira. estraçalhado, da janela do quarto.
foi uma cena a mais inserida vista de fora. linda. mto bem escrita.
a carol é fantástica.
e é legal gostar dos grandes escritores, é mto bom. mas reconhecer quem está aqui, do nosso tempo e saber que são grandes é mais legal ainda.
recomendo: "sinuca embaixo d'água".
leitura linda, primorasa e um prazer conhecer aqueles personagens todos, entrar no bar do polaco, ver a mesa de sinuca e sentir falta da antônia. que eu nem conheci.
"não houve tumulto".
é maravilhoso.
Livro: Sinuca Embaixo d'Água
autora: Carol Bensimon

sábado, 17 de outubro de 2009

o dia

Ontem estive refletindo sobre algumas coisas dessa vida. Acho que refleti demais. rs. Porque cheguei em casa extremamente cansada, e nem eram 10 da noite ainda. eram 8 e pouco. e eu parecia já estar no 10° sono.... enfim. fui ao médico no final da tarde de ontem. depois de um dia extremamente estressante no trabalho. e foi mesmo. deu pau no computador, furou pauta, matéria, entrevistado, levei bronca (quis da bronca), tive vontade de chorar no começo da manhã e uma crise de riso no final do dia conversando conversando com o serginho. à noite, boas supresas com duas ligações deliciosas. rs bom, mas não era disso que eu ia falar. fui ao médico e no caminho estive refletindo sobre algumas coisas da vida, como por exemplo, que valor estamos dando a nós mesmos. eu estou sem tempo às vezes de dormir e de comer, que dirá de fazer exercício. no away. - oi, quer jantar ou quer dormir? - dormir. como ando preferindo isso? não tenho idade e parece que envelheci não sei quantos anos. ando cansada mesmo e muitas vezes é de mim mesma. ah, mas não era isso que eu queria falar. sim, o médico. estacionei o carro e fui atravessar a rua. passaram não menos que 30 carros. não tem sinaleiro nessa rua. 30 carros. eu fiquei na faixa de pedestres, antes de atravessar, no mínimo 20 minutos. ninguém parou. na faixa estava escrito: pare. ninguém parou. ninguém. eu ficava olhando diretamente para os motoristas, pedindo uma brechinha pra passar. ninguém parou. só consegui atravessar qdo o movimento diminuiu. 30 minutos depois. 30 minutos. meia hora da minha vida pedindo pra alguém deixar eu passar. daí eu me liguei que isso está assim em tudo agora. eu só queria passar. tentei passar no teste há duas semanas. eu não passei. queria passar um tempo descansando esses dias. eu não passei. queria passar uma hora fazendo exercício físico. eu não passei. queria ter passado na usp na época do vestibular. eu não passei. queria ter passado pela faixa de pedestres antes de meia hora. eu não passei. queria ter passado no teste do carro na primeira vez. eu não passei. queria ter passado mais tempo ouvindo a chuva que caiu ontem, vendo o sol se por e olhando o céu que ficou azul e rosa no final do dia. eu não passei. passei um tempão pensando que eu era uma incompetente por uma fala do meu chefe esses dias. passei um tempão pensando que eu era uma péssima professora porque um dos alunos na aula de quinta olhou com tédio para a aula que eu estava dando. passei um tempão pensando que eu era uma filha horrível porque já senti muita raiva do meu pai e da minha mãe. passei um tempão confiando em pessoas erradas e contando segredos meus, que são meus. hoje fiquei na redação sem fazer nada. ajeitei um trabalho ou outro. bom dia. dia. foi a resposta. ontem eu vi a novela das 8. sabe que existe um mundo paralelo nas tramas do manuel carlos? não é possível. é tudo tão lindo, tão perfeito, tão comercial de margarina. tão ricos. as modelos foram pra europa. eu nunca fui nem pro paraguai. olhei a cena me imaginando no avião. será que um dia conheço Paris? é um mundo paralelo mesmo. pelo menos pra mim e pelo menos agora. nem pra BH no FIQ eu consegui ir. e isso me consome. como eu queria ter ido. tenho tido dores de estômago constantes. mais vezes e cada vez mais fortes. "O direito de resposta é uma coisa fundamental. Sagrada. Senão a gente fica até imaginando que o outro lado pode ter razão" millor fernandes é mesmo. eu preciso aprender a falar. do que vem de dentro no caso.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O que vem com a chuva

Dizem que as manhãs de segunda-feira são irritantes. Aquela semana cheia que começa, cheia de coisas, projetos e ideias é de matar qualquer um. Pois bem.
Hoje a segunda-feira amanhaceu quente. Muito quente. E de repente começou uma chuva forte e interminente que fez até os cães na vizinha pararem de brigar. Eles têm chorado a noite toda, sabe? devem ser cachorros novos...
Mas enfim. Em casa todos ainda estão dormindo e isso me traz um pouco de calma. As ideias e projetos estão em estado dormente. Deixo a janela aberta e o som do dia é de chuva. Trilha sonora: trovoadas e pingos caindo no telhado. Quer coisa melhor?
ah, sim, lógico. Tem coisas tão boas quanto, mas a chuva numa manhã de feriado é como um presente mesmo. Parece que a chuva te lembra assim: te dou um descanso colega, vá dormir.
E um turbilhão gira aqui dentro.
Mas por falar em turbilhão o final de semana foi cheio de coisas boas.
Em primeiro lugar o FIQ que não fui. O Quarto Mundo está lá, galera reunida, festas e etc. Não pude ir, infelizmente. A passagem estava comprada, mas não deu certo. Acompanhei a cobertura com fotos e comentários pelo twitter da Banca de Quadrinhos do Rodrigo. Muito muito boa a cobertura...
E por falar em turbilhão novamente, assisti "Jules et Jim" (1962) de Truffaut no sábado. Era um filme que queria assistir há tempos mesmo e nunca achava na locadora. Pois bem, resolvido o problema, troquei de locadora. rs.
foi mais fácil assim. Mas bem, não era isso que eu ia dizer.
O filme é inspirador, não apenas porque pra se assistir um filme desse, você tem que se dispor a assistir, mas pelas ideias tão pós-modernas desse diretor.
Daí vc assiste o filme e sabe de onde veio "Vick Cristina Barcelona", de onde veio várias tomadas de outros filmes e o por que de Jeanne Moureau ser considerada Diva.
É lindo, dá gosto assisitir. Sequências belíssimas em preto e branco, diálogos fortes e e reais ainda pra hoje e a ideia do que é o amor e suas consequencias levadas a últimas situações. Dona Flor e seus dois maridos. rs.
Jeanne cantando "Le turbilion de la vie" é doce e forte ao mesmo tempo, sintetiza, jules, jim e albert no mesmo plano e a obstinação em que tudo fosse sempre assim, uma música que fala do turbilhão e ao mesmo tempo é doce e calma. Como a cena, como a vida deveria ser para aqueles três.
Vale a pena assistir.
Tá, não me cansei e peguei Woody Allen também. Manhattan (1979). Era um filme que queria ver há tempos também. Não só por ser do Woody que amo, mas pelo contexto, por ser em preto e branco com uma fotografia divina do Gordon Willis (o mesmo de O Poderoso Chefão), mas pela questão de relacionamento.
Sério. Vi outros filmes ali dentro, outras pessoas e coisas minhas também. Quantas vezes abandonamos alguém em função de uma ilusão com outro? a não realidade nos choca e machuca e assim vamos, muitas vezes nos machucando e machucando também o outro. Relacionamento é algo realmente complicado, concordo. Mas a paranóia que Woody nos apresenta vai além, com um bom humor e uma ironia fina, nos mostrando a nós mesmos em todos os personagens. O filme poderia se chamar "Retalhos". (tá, craig thompson já usou pros quadrinhos, mas bem que o filme merecia)
tem vingança da ex-esposa lésbida de isaac, tem relacionamentos mal resolvidos, amores que não poderiam dar certo e dão, amores que na visão dos homens são errados, abandono, traição, lealdade. Tem tudo.
um filmão. e uma baita fotografia, como já disse. é lindo.
li o livro "Até o dia em que o cão morreu" (2003) do Daniel Galera. Caraca. Que choque. Que livro. Não conseguia parar de ler um minuto, devorei o texto em duas noites. Um começo super kafikaniano e um desfecho fantástico. Não é romance, não é policial, não é terror. é real mesmo. lindo, bem escrito, diferente, sarcástico, humano.
Queria conhecer o Daniel e trocar uma ideia com ele. O enredo é tão simples (tal qual os filmes de woody), mas é tão denso e vai te envolvendo de um jeito muito louco. Parece que fiquei amiga da Marcela, do seu Elomar e até do pobre cãozinho. Carpinejar, na contracapa no livro explica que deveria ser obrigatório os jovens de hoje conhecerem a literatura do Galera. É seca, é áspera e realista no último.
queria ter lido esse livro com 17 anos. Talvez mudaria algumas coisas que tinha como verdade absoluta. Hoje, a única coisa que sei é que vou morrer. Só não sei quando.
E o livro do Galera mostra que a vida pode ser isso mesmo, essa merda que é. O lance mesmo é viver, de verdade, um dia de cada vez, se atirar, descobrir e principalmente amar. Porque a nossa melhor amiga, mtas vezes estando acompanhados ou não, numa cidade grande ou não, é a solidão. aquela inquilina maldita....
recomendo mesmo.
o outro livro que li nesses dias: 7 Vidas do André Diniz. Sabe que tive o prazer de conhecer o André Diniz esses dias dias em São Paulo. Enquanto conversava com o Laudo, ele chamou o André e eu super ansiosa; é o Diniz? Caraca, na mesma mesa que eu... rs.
havia pego o livro dele na mão no dia anterior e no meu computador do trabalho marcado em um post it amarelo: entrevistar andré diniz. Na hora fui comprar o "7 Vidas" e pedi pra ele autografar. Li ontem. Inteiro. Arrepiada.
Sabe que eu gosto de ler, é verdade e as experiências com quadrinhos são cada vez melhores. Esse livro do André me chamou a atenção pela veracidade, pelos traços, pela ideia e pelo final mais do que real.
As terapias de vidas passadas que apresentaram ao narrador onisciente a alegria, de sei lá, talvez evoluir. e ter nas mãos a obra mais rara já feita por ele.
é um livro lindo, denso e que não dá vontade de parar de ler. e eu não parei...rs.
devorei mesmo. interessantíssimo, real e assombroso. Em mtos momentos os personagens se contorcem e se distorcem, tal qual um sonho ou um pesadelo. Algo que também vivemos.
O André ganhou uma fã. rs
Confiram "7 Vidas"
Assisti no sábado a peça "Bonecrônicas" de teatro de bonecos da Companhia AnimaSonhos. Ah, que delícia....teatro de bonecas sempre é bom. sempre. Mas nesse os bonecos eram feitos pelo falecido Tiarajú e encenados pelo seu irmão gêmeo Ubiratan. Galerinha de Porto Alegre fantástica, com sotaque e tudo. Puxa, demais mesmo. Fomos dar uma volta pela cidade depois e foi um prazer incrível conhecê-los. Acredita que eles também são amigos do Gual? (da livraria HQMix em sampa, pra quem não conhece..) eita mundo pequeno. E como o Bira disse, "o mundo não é pequeno, é que pelas afinidades a gente acaba encontrando as pessoas que têm a ver com a gente".
isso aí....
e pra finalizar (a chuva já está até parando....rs. quer dizer, está mais calma, mas ainda convidativa...) assisti ontem a uma homagem ao Cartola que faria 101 anos. Puxa vida, pra que vale a pena viver e ser brasileiro? Não é pelas Olímpiadas não, por favor. Orgulho mesmo é saber que nasci no mesmo país do Cartola, do Noel. Que prazer imenso. "O Mundo é um Moinho" é um hino e "Alvorada" é um convite a alegria....Além é claro de "Corra e olhe o Céu".
é, Cartola é algo que vai além mesmo....
"o mundo é um moinho
vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
vai reduzir as ilusões a pó..."
Salve Cartola....
amanhã compro Sinuca Embaixo d´água de Carol Bensimon (http://www.carolbensimon.com/). eu, quando nascer de novo, vou entrar na mesma fila que ela entrou: a fila do talento. queria muito conversar com a carol. mesmo. A guria é show....
e por último (prometo) li "12 razões para amá-la". Ah, mas que delícia de texto e de imagem. Para situar: hoje os quadrinhos voltaram com tudo, e junto com eles as fantásticas "graphic novels" e essa é uma das mais legais que li.
Ganhei de presente. rs. e adorei.
Gwen e Evan tem a história de amor deles narrada em 12 capítulos, com direito a trilha sonora e tudo mais. e esse tema, de relacionamento, discussão, seres humanos, sempre me interessou. O quadrinho para mim foi uma novidade mesmo. Primeiro porque foi presente (rs) e eu não conhecia Jamie S. Rich e Jöelle Jones autores do livro, o que foi uma grata surpresa e outra porque, voltando ao tema, a discussão sobre relacionamento é algo tão simples e que dá tantos ganchos que me espanta ficar tão original, tão bacana, tão bem feito.
"eu queria ter escrito essas história", veio junto com o presente. rs. Eu também.
é linda mesmo.
hummm.....será que é só isso? deve ter mais coisa, tenho certeza, mas a chuva está tão boa, tão convidativa, a janela aberta....

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

com a boca no trombone

Se é pra falar a verdade, vamos fingir que temos uma. Sim, porque verdade verdade ninguém tem. Algumas certezas sim. Mais ligado pro lado do umbigo do tipo: "eu nunca faço isso, eu não sou assim" mas temos. Apenas certezas. Mas se é verdade ou não, não se sabe.
Mas eis que o tempo roda e questionamos, qdo temos tempo, o que acontece ao nosso redor.
Pois bem, alguns apontamentos:
- Rio 2016: por deus, por el rei e pelo gato. Como isso pôde acontecer? Chega aquele sentimento de patriotismo, dolorido, no que se pensa, "puxa vida, no Brasil", mas pensar especificamente nesse povo, nessa sociedade parece coisa de amador. Tivemos um exemplo com o Pan. e agora, josé? o que será? investimento milionário pra inglês ver. e aparentemente. "ei, patrocine meu projeto, preciso de 5 mil por ano". Não temos dinheiro. "patrocine as olímpíadas. 160 milhões por mês". claro chavinho. topo, vamo caí dentro. por que não?
putz que paranga.
- entrevistas absurdas com ex- BBB contam? nem entrarei nesse tópico então.
- ah sim, o enem. fizemos uma conta aqui em casa: vamos colocar, por baixo, 50 milhões de adolescentes que fariam a prova. cada caderno de prova custa o mínimo de 10 reais. logo, 500 milhões foram pro ralo. fora o desperdício de papel. e o tanto que já investiram em propaganda.
- comprei a rolling stones com os beatles na capa. Meu, há 40 anos os caras fazem sucesso, não me importa se vc gosta ou não. Eles têm dinheiro a deus dará e vc não. E são bons. daqui a 40 anos estarão ainda no topo das paradas. e convenhamos: nunca mais vai existir nada assim, nem parecido. conjunção astral? vai saber.
- deus deve estar puto. louco da vida. se ele existir mesmo, está querendo cortar os pulsos. tá, blasfêmia, mas é verdade. eu se fosse ele, já tinha mandando explodir esse mundo. ah é. ele já desencanou daqui é verdade. jesus é que tá tomando conta. desceu na terra e resolveu pegar a madonna e virar dj. quer que o mundo se exploda tb. tá comendo alguém e é isso que importa.
- humm, deve ter mais coisas.
- ah sim, o twitter. tá louco cara? que qué isso...é, brinquedinho legal, mas tem gente postando até se cortou a unha ou se acabou de fazer cocô. twitter virou o melhor amigo do homem, pra quem devemos satisfação. chapolin é que estava certo ao profetizar: "sigam-me os bons". o brinquedo é legal sim, mas tá virando abuso.
- outra coisa: o programinha de sexo que a fernanda lima tá apresentando na grobo. eita que até parece que a globo e prafrentex. pergunta-se tudo, claro dentro dos padrões. jamais ouviremos "oi tony ramos, estaremos falando de sexo hoje no nosso programa. vc já deu o fiofó?" ah, se a moda pega.
- A Márcia da Band é outra: "mexeu com vc, mexeu comigo" hã? "vamos saber agora se carlos traiu maria, agora, vamos saber. carlos (pausa séria para câmera) vc traiu a maria. ESPERE. primeiro o cogumelo do sol. é com vc gabriela". aaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, mas que divertido. deveria ser obrigatório assistir o programa.
- ah claro, o sarney. alguém aí lembra de falar dele? e o severino? e o roberto jefferson com pinta de cantor de ópera? e os desvios monumentais? é mesmo. falemos de outra coisa. o carnaval já tá chegando e é Brasil em 2016. quero só ver se o Brasil chega até lá....
nossa, deve ter mais trocentas bizarrices por aí. mas enfim. a vida é curta e o tempo urge.

sábado, 3 de outubro de 2009

Café #5

A revista Café Espacial #5 já está pronta. Dá pra acreditar? Estamos na #5!
parece que foi ontem que eu e o serginho conversávamos sobre a possibilidade de fazer a #1 e um pouco depois, na minha casa abríamos a primeira revista com aquela expectativa: pô, uma revista nossa!
e olha só, hoje temos troféu, amigos e novos amigos a cada dia, elogios e novidades.
Taí a #5. Mais bonita ainda.
Com uma capa linda do Ebbios, nosso parceiro de aventuras em Sampa também.
Degustem, devorem. Aproveitem.
www.cafeespacial.com

Enfim que chega outubro

Não está dando tempo para muita coisa. As reflexões que tenho, tenho também carregado comigo e ando sentindo uma falta danada de escrever por aqui. Eu sei que, sem discussão, o tempo de hoje é diferente do tempo de ontem. Ainda que sejam as mesmas 24 horas de sempre. Lembro-me com uma saudade sem limites de um verão dos anos 1990. Sim. Lembro-me do cheiro dos dias que iam e corriam calmos. Meus pais, geralmente colocavam as cadeiras da área na calçada e ficavam conversando com os vizinhos. Havia poucos carros na rua e enquanto eles falavam amenidades a gente andava de bicicleta, jogava queima e brincava de futebol. Era um tempo bom. Não melhor nem pior do que hoje. Era apenas bom. Sim, saudade apenas, não nostalgia, porque afinal, cada tempo tem suas preciosidades e particularidades. Hoje me vejo um tanto quanto sem tempo muitas vezes de pensar em mim mesma. E isso parece um absurdo porque me olho e olho para os outros e vejo que, sim, estamos envelhecendo. Aos poucos, mas estamos. A energia se renova é claro, mas a carcaça...rs. Enfim. E então que questiono até quando essa correria será minha maior companheira. Converso com amigos e a fala principal é: estou cansado. Eu mesma repeti tanto isso por esses dias que cansei também. E de mim mesma por ficar falando isso. O (s) trabalho (s) está bom. Muitas coisas boas e novas surgindo que não cabem na postagem do twitter. (é, virou moda contar os nossos passos...) Mas vi novas coisas , li novos livros, ouvi novas músicas, conheci novas pessoas e olhei de um jeito novo para uma primavera que está com cara de verão. Um verão distante em que os pensamentos ainda não estavam em turbulência. O que havia antes era uma expectativa de crescer. Hoje, ao crescer, o que penso é na expectativa de refletir sobre essa overdose de informação, novidades. Com tempo é claro. Mas nem sempre a gente consegue tudo o que quer. E o bom é justamente pensar que o mundo dá tantas voltas e é tão rápido isso que sem perceber e se dar conta uma hora há de chegar a novidade. Aquela que a gente busca sempre, mesmo estando com um dia novo a cada dia bem na nossa frente...
"Esse é só o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho,
prepara uma avenida
Que a gente vai passar..."