quarta-feira, 17 de junho de 2009

CAMUS

Li "O Estrangeiro". Indicação de amigo.
Fazia que não tinha contato com esse tipo de literatura. Achei o livro muito bom, não é meu preferido, mas me fez pensar.
Nas ideias que Meursault nos insere a cada página. Não, ele não é um assassino, mas está sendo julgado pelo crime de não ter chorado no velório da mãe. Para ele, tudo é muito simples: pronto, acabou.
Aí sim, Meursault entra no contexto que discutimos esses dias: a gente se acostuma com as coisas, com os fatos, com a paixão ou a ausência de.
Não tinha parado para pensar nisso; como somos moldáveis ao tempo, às ideias, aos contextos aos espaços.
Quantas vezes estamos presos com nós mesmo? E nos acostumamos com isso. E quantas vezes estamos preso ao outro? Em um relacionamento, casamento, o que for e como nos acostumamos com isso!
Acostumamos com o bom rapidamente, e nos adaptamos ao que é ruim. Muitas vezes porque não temos coragem para mudar, para sermos senhores de nossas vontades.
"Todo o problema, ainda uma vez, estava em matar o tempo. Acabei por não me entediar mais, a partir do instante em que aprendi a recordar".
Então que percebi que a vida é tão maior que os nossos pequenos problemas, tão mais intensa. E sei que aproveitamos pouco ou quase nada disso. Culpa, minha máxima culpa. Sei que muitas vezes somos estrangeiros dentro de nós mesmo e nosso pensamento é mais exterior ainda, tão exterior que às vezes não temos tempo nem de pensar o que pensamos e de pronto, agimos.
Enlouquecidamente. E depois, ainda há o que se recordar.
Ainda bem.

Nenhum comentário: