sexta-feira, 31 de julho de 2009

Vera Alice

E então que Vera Alice achou que estava tudo confuso demais. Muito barulho, muita imagem, muito tudo. A janela do quarto, por maior que fosse, lhe parecia tão pequena que o ar não entrava. E ela sentia falta de ar a todo momento.
Se questinou o que queria fazer.
- Acho que nada, por equanto.
E sentou na beiradinha da cama, como quem não sabe de deita de novo ou se levanta. E viu que tudo continuava muito confuso.
- Não consigo entender por ajo dessa forma.
E levantou. Andou de um lado para o outro e de repente descobriu que ela sim, que sempre se dizia boa, havia julgado quem ela mais amava. E julgou por toda a vida, por isso saiu de casa.
- Será que foi por isso?
Já não sabia ao certo, a única certeza era que o seu julgamento lhe estava sendo jogado na cara naquele momento. E se sentia mal com isso, ligeiramente melancólica, dolorida. Sentou de novo na beiradinha da cama. Sentiu um vazio como nunca havia sentido igual. Deitou-se rapidamente e assim viu que, do lado de dentro de si, batia um coração.
Só pedia naquele momento que ninguém a julgasse como julgou os outros. Queria entender o que havia de errado com ela.
- Nada - lhe explicou uma amiga - não há nada de errado com você. As escolhas dos outros é que estão sendo outras.
Respirou aliviada. O choro estava lhe acalmando a alma...

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