quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

De volta aos clássicos

em momentos raros, quando o coelho da Alice não está encarnado, procuro filmes que são de outro tempo. Sim, de outro tempo, daquele tempo distante, onde não havia internet, nem orkut, nem nada. Pouco ou quase nada, máquinas de escrever.
Como é que os caras conseguiam fazer aquilo sem tanta condição de estrutura? Sim, porque hoje, com tanta coisa, tanto aparato andam fazendo cada besteira no cinema que até Deus duvida...
enfim. Havia um filme que há muito queria ver. Sabrina (1954 - Billy Wilder). Já havia pego o filme na locadora algumas vezes, mas nunca dava tempo de assistir, e para ver Audrey Hepburn dirigida por Billy Wilder há necessidade de tempo. E estou com ele me apertando a todo momento.
Resolvi dar um tempo e ver essa obra prima em alguns momentos de hoje. Sinceramente, um dos melhores filmes de romance, comédia, relacionamento e criatividade que já vi. Audrey como a cinderela às avessas está perfeita, Humphrey Bogart como o Linus, o irmão bravo e mergulhado em trabalho para esquecer a vida sentimental é a própria realidade de hoje. A fuga pelas brechas de que não podemos nos apaixonar. Não há tempo para isso.
Linus também acreditou nisso. Mas encontrou Sabrina. Que amava David (William Holden). E nessa ciranda, nessa quadrilha "a la drummond" um cenário incrível de personagens, fotos, imagens, figurinos, idéias e paixão vai surgindo.
dá vontade de terminar o filme e ligar para o Billy Wilder lá no céu (ou no inferno) e dizer que depois de Crepúsculo dos Deuses (1950) ele detona nesse filme:
- ei Billy, arrasou hein? tá humilhando os caras...
- ah, nem tanto, Lídia...
- tá sim...
Valeu Billy Wilder. Cinema é cinema.

2 comentários:

Lana Nóbrega disse...

ah, eu também ligaria para o Billy! rs

e os clássicos sempre ganham. mesmo mesmo! ;]

Bernardo Britto Guerra disse...

Nem eles mesmos conseguiram matar a Tragédia! Ainda bem que o cinema existe. Deles, mas contra eles! rsrs