quarta-feira, 26 de novembro de 2008

CALVIN E HAROLDO

Achei hoje uma postagem sobre esses personagens maravilhosos no blog "Topismos" (rá, adorei também) do Denis Pacheco (http://topismos.blogspot.com/2008/11/top-10-tirinhas-do-calvin-que-me.html)
Uma idéia muito bacana com as 10 melhores tirinhas (na opinião do autor) sobre a dupla mais bacana dos quadrinhos...
vale à pena ler...
ah, e aproveito pra colocar um texto meu publica no fanzine Justiça Eterna n° 24 (http://www.fotolog.com/justicaeterna/19524572) sobre o Calvin e o Haroldo....
aproveitem! e leiam também o post do Denis...
Calvin e Haroldo: Endoidando os quadrinhos “Caaaaaaaaalllllllllllllviinnnnnnnnnn!!”
Esse grito é da mãe do Calvin, chamando a pequena criatura para jantar, para dormir ou para arrumar o quarto. A mãe dele fica cada vez mais maluca com a criança mais elétrica do mundo das histórias em quadrinhos.
Calvin é uma criança (a) normal, mas com uma criatividade tão aguçada e um senso crítico tão bacana que desperta na gente aquela vontade de ser criança de novo e de ter um amigo quem nem ele, que aceita fazer as maiores loucuras e as mais legais brincadeiras.
Para os pais do Calvin colocar uma outra criança no mundo, sendo que essa teria a possibilidade de nascer com as características de Calvin seria um martírio. Então Calvin não tem irmãos. Aí que a imaginação desse pequeno ser ganha vida e dá asas às conversas mirabolantes que ele tem com o seu tigre de pelúcia, o Haroldo.
A cada tirinha, o leitor que se atente às percepções do texto vê que Haroldo realmente é um bicho de pelúcia, estático. Mas não para a mente fértil de Calvin que o transforma em seu alter-ego, em seu melhor amigo a cada tira. E eles conversam sobre tudo que permeia o universo de uma criança, desde os medos mais comuns até a chatice que é ter que dormir cedo. Lembra quando você era criança? Lembra do seu amigo imaginário? Lembra?
Ah, não teve um? Não tem problema. Lembra das maiores loucuras que você fazia com um papel e uma caneta? Cheio de idéia e imaginação? Tá, tá..se você não se lembra, tudo bem. Mas se quiser recordar esse universo maravilhoso da infância é só dar uma lida nas tirinhas do Calvin e do seu amigo fantástico Haroldo.
Para a gente perceber como o humor do Calvin é refinado, vou explicar uma tirinha dele: a professora pergunta para o Calvin quem foi o primeiro presidente do Estados Unidos. Ele diz que não sabe, mas que conhece a origem secreta de cada super-herói da liga Termonuclear. A professora, brava, diz para ele ficar depois da aula, no que Calvin responde: “Eu não sou burro, é que o conhecimento que eu domino não tem uma utilização prática”.
Pá! Na cara! Um tapa na cara da educação. Seja educação no Brasil, nos EUA, onde quer que seja. Calvin é assim. Esperto, questionador, reflexivo. Daí vocês me perguntam: então o Calvin é uma cópia da Mafalda?
Não amigos, não. A Mafalda é uma crítica extremada, uma questionadora, uma socióloga mirim que pretende construir um mundo melhor com suas reflexões, muitas vezes irônicas, sobre a realidade em que está.
Calvin não tenta mudar o mundo como a Mafalda; Calvin vive o mundo e se coloca nele como tal; como criança que é, com todas as fantasias, medos e raiva que uma criança tem. Ele não pretende revolucionar, mas subverter o que é proposto por seus pais, pela professora, pela babá... Calvin é um subversivo nato com uma imaginação e um senso crítico privilegiados, o que possibilita a ele e a seus leitores mergulhar nas mais diferentes possibilidades de viver a vida.
Nascido em 1985, Calvin durou apenas 10 anos. Tempo suficiente para ser publicado em mais de 2400 jornais pelo mundo, divulgado em mais de 15 livros e ser adorado em todos os continentes. O criador do Calvin, o cartunista Bill Watterson, formou-se em Ciências Políticas e desde aquela época já fazia tirinhas e charges para o jornal da facudade. Sua paixão por quadrinhos vem da infância, quando lia Charlie Brown.
Quando Bill Watterson deixou de desenhar as tirinhas de Calvin e Haroldo em 1995, disse que era porque tinha em mente outros planos como cartunista. O mais inusitado é que, mesmo depois de não ser mais publicado, Calvin ainda alcança uma geração de crianças e adultos ávidos pelas travessuras e brincadeiras que esse menininho apronta com o seu tigre de pelúcia. A última frase de Calvin antes de deixar de ser publicado foi: “é um mundo mágico, Haroldo! Vamos todos explorá-lo!”
Realmente, se olhássemos o mundo como o Calvin olha, enxergaríamos monstros, super-heróis e uma infinidade de idéias que aguçariam a nossa imaginação através de uma vontade irresistível de explorar o mundo exposto a nossa frente.
Veríamos que o mundo é mais do que vemos e reagiríamos ao mundo de maneira diferente ao que nos cerca, pois como diz o Haroldo em uma outra tirinha: “suponho que se não pudéssemos rir das coisas que não fazem sentido, não poderíamos reagir a boa parte da vida”. Sim amigos, o Haroldo têm razão....Não é, Calvin? “- Não sei, vou concordar com isso por enquanto....” Ai, esse Calvin é uma figurinha mesmo...