terça-feira, 30 de novembro de 2010

o cinema

Desde criança eu amo cinema. Foi uma das minhas primeiras paixões. E para mim a sétima arte pode ser considerada a minha preferida, junto com os quadrinhos. Quando eu era crianças, o cinema tinha uma aura mágica. Sim, porque nos anos 1980 as pessoas não tinham acesso tão fácil aos filmes e às películas e era necessário ir ao cinema, sair de casa e se dispor a ver um filme. O que se tornava para mim mais do que um passeio. Era uma forma que eu tinha de entrar em contato com uma nova realidade, mais mágica, mais segura. E me lembro do chão do Cine Peduti em Marília, do barulho do cinema quando andávamos no chão de madeira, das poltronas de madeiras, do silêncio e do riso em conjunto. E do barulhinho que fazia a cada mudança de de cena no projetor e pensava: - Nossa, isso é mágico... E sempre foi e sempre tive um respeito incrível por essa sensação de pertencimento a um local. O Cine Peduti não era só um cinema, mas também um teatro. Então a tela era grande e ficava mais funda quando os atores surgiam para divulgar seus filmes. Próximo àquela cena de “Cantando na Chuva” quando Don Lock e Lina Lamort aparecem no cinema. Mágico, muito mágico. Então me lembro do primeiro filme francês que vi, aos 18 anos no cinema. Digo isso porque antes eu não tinha muito acesso e muito menos conhecimento para tal ação. Não foi no Cine Peduti que vi “A Noite Americana” (França, 1973) de Truffaut, mas em um lugar ainda mais mágico: O Clube de Cinema de Marília, fundado em 1951. Nos idos dos anos 1990, assistir a esse filme me fez abrir os olhos e entender o que é cinema de verdade. “Um dos filmes que melhor representa as loucuras que se passam em um set de filmagem. Um ator que fica deprimido porque sua noiva sai com um dublê, uma atriz que se entregou às bebidas e não consegue lembrar de suas falas e muitas outras confusões, que o diretor deve fazer de tudo para contornar, até gravarem uma das cenas mais importantes do filme: a que o dia deve ser transformado em noite artificialmente”. E foi realmente mágico esse momento porque foi a primeira vez que vi o que era cinema de verdade, e o que o cinema poderia fazer com a minha concepção de mundo. O meu respeito por essa arte só aumentou e depois disso, a tela grande tornou-se para mim uma referência artística. Depois disso veio todas as referências do cinema europeu: Godard, Fellini, Antonionni e tantos outros. Entender o que é Cinema não é tarefa fácil. Muito menos farei isso agora. Mas posso dizer com prazer que é inevitável não se apaixonar.

Um comentário:

Nathalia disse...

Como sempre seus textos são emocionantes Li, sua paixão pelo cinema, que você com toda a bondade compartilhou comigo!(Não que eu já não amasse o cinema, eu só não conhecia O CINEMA DOS GRANDES MESTRES! E você, e o Du, me apresentaram a ele.
Enfim, tá na hora de vir pra Sampa assistir Ótimos filmes na telona!!! {lembra do subornoo!!! mafaaaaaaaldaaaaa, calviiiiin!!}
BEIJOS