ah Mutarelli seu maluco. confesso a vocês que conheço pouco da obra do mutarelli. a não ser o que tenho visto, lido e assistido, o mutarelli pra mim é um senhorzinho que passaria muito bem se fosse médico de ouvido. rs. sabe? daqueles bem bonzinhos. mas de bonzinho o mutarelli não tem nada. é um tremendo de um artista. bom, explicando: meu primeiro contato com ele foi, obviamente como para muitos, o filme "o cheiro do ralo". não li o livro. só vi o filme. depois, fiz questão de ver a peça "música para ninar dinossauros" na mostra do cemitério de automóveis nos "porões" do centro cultural vergueiro em sampa. rapaz. que coisa que foi aquilo. mesmo. estava sozinha e já tinha visto o mutarelli algumas vezes na HQmix na Roosevelt. mas sabe que o teatro me tirou do ar. o cara é foda. junto com o bortolotto pra mim é o teatro marginal no sentido da criatividade que mais gostei de ver. consegui conversar com ele dois minutos entregando umas "cafés", mas eu estava tão nervosa de estar perto dele que só consegui dar um beijo, um oi, entregar as revsitas e falar tchau. rs.
e então que serginho me aparece com esse livro.
- leia. vc vai gostar. mas eu preferi "jesus kid".
a narrativa do mutarelli nos transporta para o que há de novo dentro da literatura. por ser um cara que gosta também de quadrinhos e que possui uma ousadia só dele, ele me fez um livro inteiro em diálogos. inteiro. e porra, deu super certo.
paulo está desmemoriado. e em diálogos curtos e um final sem fim ele me supreende. "cadê o fim dessa merda?" rs.
o livro me lembrou o filme que amo "durval discos" que também não me apresentou o final.
- porra, como fazer isso?
fazendo e ousando. nesse livro do mutarelli percebemos que não importa o final e sim a caminhada. como diria guimarães. é na caminhada que vamos descobrindo as histórias. vale a pena ler e reler.
eu já tinha visto o grampá na Hqmix também, mas nunca conversei com ele. já tinha pego esse livro na mão, mas não tive tempo de ler.
enfim que isso não é desculpa. é um livro de menos de meia hora que transforma nosso olhar sobre os "cenários" e as "cenas".
com um prefácio do mutarelli (tinha que ser), grampá detona nos desenhos, no roteiro e nos apresenta um faroeste (não é bem essa palavra), nos apresenta uma sangrenta e sanguinária história marcada por um desfecho genial e ousado.
o traço do garoto leva a gente a entrar no livro. e de novo, os poucos diálogos nos enchem pelas imagens espetaculares e uma narrativa diferenciada. é cinema. sem dúvida.
"Mesmo Delivery" é para aquelas pessoas que gostam de Tarantino, dos irmãos Cohen e principalmente de qualidade e profissionalismo na arte sequencial.
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