quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Vera Alice

foi então que com o desespero que a levava a andar pelo mundo afora, Vera Alice se deparou com aquela fazenda...do alto do monte, avistou a chaminé que deixava sair lentamente uma fumaça, indicando que alguém estava por ali.
chamou o Andaluz, seu cãozinho parceiro, e desceu o monte indo em direção à casa. Vera Alice se deu conta então que poderia ser natal ou ano novo, tal era o tempo que já tinha saído de casa. e se lembrou, tristemente, dos momentos que viveu lá.
"era como se eu não existisse, ou não tivesse opinião. tudo era e tinha ser na questão do sagrado. o profano vinha em cavalgadas, mas a religião estava em primeiro lugar. ah, como eu destestava aqueles momentos de hipocrisia, como me doía ver que tudo não passava de um teatro barato. sempre algo arruinava a paz. eu eu me questionava se a guerra da religião, que dura um mundo já, acontecia apenas no oriente médio. a guerra estava dentro e fora de mim, numa imposição dolorida e alarmada".
Foi assim, que Vera Alice acariciou Andaluz e desceu o monte. Cheia de pensamentos, questionamentos e medo. o que estaria a esperar dali? será que um abraço ou apenas mais dores e solidão. Foi chegando perto do casarão. As janelas eram enormes, brancas, de madeira. o tijolo velho da construção antiga já aparecia. o chão, com tacos antigos e o forro alto, já eram parte da decoração da velha casa.
- Olá! tem alguém aqui?
nenhuma resposta. o silêncio reinava e se fazia cada vez mais profundo. até a respiração de Andaluz, Vera Alice começava a ouvir. foi então que uma velha senhora e um senhor negro, de barba branca e olhar doce, apareceram.
- olá, sou Vera Alice....
- Sim, sabemos quem vc é, pequena...estávamos esperando você. Vamos entre, venha tomar um banho e se aconchegar. hoje é natal...
Vera Alice não exitou e correu para um abraço. Era como se a velha senhora e o senhor negro de barba branca a conhecesse. Se para dorothy, não há lugar como nosso lar, Vera Alice descobriu que o nosso lar de verdade, é interno, e faz parte da paz que sentimos ao termos alguém por perto. Alguém com olhar manso que não cobra explicações.
Andaluz latiu e abanou o rabo. Finalmente, um lar. um lar novo. não na casa, mas no coração.

2 comentários:

Sah disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
André e seus Caldos de Cana disse...

lilica, tou em são paulo, não sei por que... vou pra cananéia e talvez me perca por lá.
beijos