sábado, 4 de outubro de 2008

Vera Alice, o vento e a chuva

E foi então que Vera Alice saiu debaixo da árvore em que estave com o passarinho que voou com o seu segredo e pensou:
- Preciso ver onde vai dar um novo caminho...
E avistou, ao longe, uma estrada de terra vermelha batida, com vegetação rasteira ao lado e galhos retorcidos. Acreditou que dali para frente, onde a estrada daria, ela encontraria um lugar para passar a noite. e andou.
Seus sapatos marrons já estavam vermelhos e desgastados, seus cabelos molhados de suor de tanto andar e seus sonhos quase indo por terra abaixo quando avistou uma porteira.
- Deve haver aqui alguma fazenda, uma casa, um celeiro. Vou entrar...
E foi então que ao abrir a porteira avistou cavalos e gados pastando. O sol estava se pondo e naquela paisagem distante, Vera Alice pensou mais uma vez que iria morrer, ou que não passaria daquela noite. Apesar de estar feliz vendo o Sol se abaixar e beijar lentamente o horizonte, Vera Alice não estava vendo um futuro para ela ali.
Andou mais um pouco e avistou o curral. Parou. E mais que de repente uma chuva fina, depois um tanto mais forte começou a cair. O céu que estava escuro, clareava com os trovões e os raios. E a calma daquele pôr do Sol se transformava agora em uma ventania sem tamanho.
entrou no primeiro celeiro que encontrou e fechou a porta. rezou e pediu que fosse apenas uma tormenta, daquelas que a gente também tem quando está em crise. E adormeceu.
Sonhou que voava e que conseguia sentir alegria.
contudo, um barulho na manhã seguinte a acordou. Mas para ela o sonho estava apenas começando...
- Essa chuva que veio lavou tudo. Acho que limpou minha alma e meus pensamentos. O dia está claro, mas acho que ainda tenho tempo para sonhar...
E fechou lentamente os olhos.
Para ela, o barulho maior estava dentro dela e batia agora num pulsar sereno.

Nenhum comentário: